FRITJOF CAPRA e a Teia da Vida

FRITJOF CAPRA
          Nascido a 1 de fevereiro de 1939 e tendo obtido seu título de Doutor em Física pela Universidade de Viena em 1966, aos 27 anos, o austríaco Frijof Capra é, sem dúvida, um dos nomes mais significativos na divulgação da vanguarda dos progressos da ciência, da filosofia e, unindo tudo isso com consciência, principalmente da ecologia em nossos dias, indo, porém, sua contribuição muito além da mera popularização dos avanços da ciência moderna, o que, entre outras coisas, lhe tem custou a inveja e resistência de inúmeros acadêmicos convencionais. Seu nome está intimamente vinculado, de modo explícito, ao surgimento de uma nova maneira de se entender a ciência e, desta forma, de se compreender a realidade que surge, espontaneamente, do questionamento atualmente presente em várias vertentes da ciência e da arte, envolvendo o modo como interpretamos a realidade e de como esta interpretação afeta nosso comportamento frente a nós mesmos e a natureza.
           Ou seja, a obra de Capra reflete todo um clima intelectual e espiritual que atualmente emerge em todo o mundo... Em pensar uma nova maneira mais sensível e significativa de entendimento, propício a uma mudança fundamental da compreensão humana quanto à natureza do conhecimento científico, quer na esfera das ciências físicas, quer na esfera das ciências biológicas e humanas, o que pode implicar, em linhas gerais, uma extraordinária - embora ainda não muito bem sentida e/ou pouco avaliada - transformação cultural. Autores como Alvin Toffler, Alain Touraine, Francisco Maturana, Michel Maffesoli, Frei Betto, Pierre Weil, Leonardo Boff, Stanislav Grof, Roberto Crema e, em especial, Edgar Morin são outros representantes ainda vivos deste movimento que está surgindo independentemente em vários lugares ao mesmo tempo, dentro e fora das academias - em especial fora, pois as academias estão muito dependentes dos recursos provenientes dos meios capitalistas que dizem o que é ou não "interessante" em ser pesquisado e aceito -, seguindo, de maneira mais ou menos independente, suas próprias linhas de pesquisas e que chegam, não obstante suas diferenças de especialização e de ordem cultural e geográficas, a atingir a mesma conclusão epistemológica sobre o atual estado das ciências e do conhecimento humano. Mas em todo este contexto, esta grande tapeçaria de fios inter-laçados, o nome de Fritjof Capra se destaca como sendo o ponto de junção destes vários pensamentos e tendências afins.
           Quando mais jovem, curioso e independente, Capra se deixou levar pela singularidade dos movimentos sociais e pela explosão contestatória dos anos 60, a época da "Revolução das Mentalidades", como bem fala a professora Rose Marie Muraro, que representava a reação da juventude e de outros setores da sociedade a todo um aspecto de uma estrutura econômico-social que não estava satisfazendo às aspirações humanas mais profundas, como, por exemplo, liberdade, igualdade, solidariedade e pela sede de se viver em harmonia para além da imposição do consumismo, com o homem e a natureza, de modo orgânico, diante da tecnocracia desumana dominante e das lutas ideológicas entre os blocos políticos divergentes, que fragmentavam e alienavam as relações entre pessoas e povos e impunham, através da cultura de massas e de relações profissionais, formas e normas de dizer que eram [e são ainda] hierárquicas, dominadoras, patriarcalistas e frias, seguindo rígidos modelos ditos "racionais" de divisão de tarefas, transformando as pessoas em burocratas consumidoras e algumas ainda mais que isso...
          Estas divisões são consideradas, em nossa herança cientificista calcada no capitalismo, como sendo pragmáticas e úteis diante de um racionalismo mecanicista que é visto como sendo o modo 'superior', ou seja, o "único" correto, de se administrar a sociedade e suas várias estruturas internas. Tal discurso esquece o exemplo da História de que a única constante é a própria mudança e que os pretensos dizeres que justificam cada etapa são sempre discursos de Poder, que visam sedimentá-lo e naturalizá-lo em meio as suas muitas contradições factuais.

A Teia da Vida
           O mais recente livro de Fritjof Capra, A Teia da Vida, retoma a visão de interligação ecológica de todos os eventos que ocorrem na Terra e da qual fazemos parte, de forma fundamental. Em muitos pontos, este pode ser o livro mais profundo dos já escritos por Capra. Ele nos apresenta seu conceiteo de Ecologia Profunda neste livro, um termo que, para ele, é mais apropriado que o termo 'holístico', já bastante gasto por pessoas que se apropriaram erroneamente deste termo para comercializá-lo. Nada melhor, então, do que lermos o próprio Capra...
"O novo paradigma que emerge atualmente pode ser descrito de várias maneiras. Pode-se chamá-lo de uma visão de mundo holística, que enfatiza mais o todo que as suas partes. Mas negligenciar as partes em favor do todo também é uma visão reducionista e, por isso mesmo, limitada. Pode-se também chamá-lo de visão de mundo ecológica, e este é o termo que eu prefiro. Uso aqui a expressão ecologia num sentido muito mais amplo e profundo do que aquele em que é usualmente empregado. A consciência ecológica, nesse sentido profundo, reconhecer a interdependência fundamental de todos os fenômenos e o perfeito entrosamento dos indivíduos e das sociedades nos processos cíclicos da natureza. Essa percepção profundamente ecológica está agora emergindo em várias áreas de nossa sociedade, tanto dentro como fora da ciência.
         "O paradigma ecológico é alicerçado pela ciência moderna, mas se acha enraizada numa percepção existencial que vai além do arcabouço científico, no rumo de sua consciência de íntima e sutil unidade de toda a vida e da interdependência de suas múltiplas manifestações e de seus ciclos de mudança e transformação. Em última análise, essa profunda consciência ecológica é espiritual. Quando o conceito de espírito humano é entendido como o modo de consciência em que o indivíduo se sente ligado ao cosmo como um todo, fica claro que a percepção ecológica é espiritual em sua essência mais profunda, e então não é surpreendente o fato de que a nova visão da realidade esteja em harmonia com as concepções das tradições espirituais da humanidade".
Entrevista com Fritjof Capra

 Fonte: http://www.valzacchi.com.br/autoconhecimento/fritjof.htm

Uma música e a situação do planeta em que vivemos hoje

    Hoje trago aos meus leitores uma música que conheço desde que" eu me conheço por gente". Trata-se da música Zombie da banda irlandesa The Cramberries. Essa é uma música que foi lançada em 1994 e que, mesmo sendo uma música de uma década atrás, percebemos que a situação tema ainda continua da mesma forma.

Tradução- Zombie (Zumbi)

Outra cabeça se inclina humildemente...
Uma criança é lentamente tomada
E a violência causou tal silêncio
A quem estamos enganando?

Mas veja bem, não é comigo, não é a minha família
Na sua cabeça, na sua cabeça eles estão lutando
Com seus tanques e suas bombas
E seus ossos e suas armas
Na sua cabeça, na sua cabeça, eles estão chorando

Na sua cabeça, na sua cabeça
Zumbi, zumbi, zumbi hey, hey
O que há na sua cabeça? Na sua cabeça...
Zumbi, zumbi, zumbi?
Ei, ei, ei, oh, dou, dou, dou, dou, dou ...

Outra mãe está desmoronando
Seu coração é tomado
Quando a violência causa silêncio...
Nós devemos estar enganados

É o mesmo velho tema desde 1916
Na sua cabeça, na sua cabeça eles ainda estão lutando
Com seus tanques e bombas
E seus ossos e suas armas
Na sua cabeça, na sua cabeça, eles estão morrendo...

Na sua cabeça, na sua cabeça
Zumbi, zumbi, zumbi
Hey, hey. O que tem na sua cabeça
Na sua cabeça
Zumbi, zumbi, zumbi?
Hey, hey, hey, oh, oh, oh
Oh, oh, oh, oh, hey, oh, ya, ya-a...
Fonte: http://letras.terra.com.br/the-cranberries/8907/#traducao

Carta da Terra - O que é e principais dúvidas sobre o assunto.

             A carta da Terra é  uma espécie de código de ética planetário, semelhante à Declaração dos Direitos Humanos, só que voltado à sustentabilidade, à paz e à justiça socioeconômica. Idealizada pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, em 1987, ganhou impulso na Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro, em 1992. O documento ficou pronto no ano 2000, foi traduzido para 40 idiomas e atualmente é apoiado por 4,6 mil organizações ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
         A Carta contém 16 princípios básicos agrupados em quatro grandes tópicos: respeitar e cuidar da comunidade de vida; integridade ecológica; justiça social e econômica; democracia, violência e paz. A erradicação da pobreza, com acesso à água potável, ao ar puro e à segurança alimentar, e a construção de sociedades democráticas, sustentáveis e justas são dois princípios expressos pela Carta da Terra, que também defende a promoção de uma cultura de tolerância e não-violência e a distribuição equitativa dos recursos da Terra. Uma forma de você colocar em prática os valores da Carta da Terra é disseminar seu conteúdo entre amigos, familiares e comunidade e pressionar governo, empresas, escolas e demais organizações da sociedade civil a se guiar por seus princípios
 
Por que a carta da terra é importante?
        Em um momento no qual grandes mudanças na nossa maneira de pensar e viver são urgentemente necessárias, a Carta da Terra nos desafia a examinar nossos valores e a escolher um caminho melhor. Além disso, nos faz um chamado para procurarmos um terreno comum no meio da nossa diversidade e para que aco-lhamos uma nova visão ética compartilhada por uma quantidade crescente de pessoas em muitas nações e culturas ao redor do mundo.
   
Como foi criada a carta da terra?
          A Carta da Terra é o resultado de uma série de debates interculturais sobre objetivos comuns e valores com-partilhados, realizados em todo o mundo por mais de uma década. A redação da Carta da Terra foi feita atra-vés de um processo de consulta aberto e participativo jamais realizado em relação a um documento interna-cional. Milhares de pessoas e centenas de organiza-ções de todas as regiões do mundo, diferentes culturas e diversos setores da sociedade participaram. A Carta foi moldada tanto por especialistas como por represen-tantes das comunidades populares e o resultado é um tratado dos povos que estabelece importante expressão das esperanças e aspirações da sociedade civil global emergente.

 
Quem já deu o aval à carta da terra?
          Milhares de organizações não-governamentais, cidades e povoados ao redor do mundo deram seu aval à Carta da Terra e estão trabalhando na implementação de seus princípios. Entre estes grupos encontram-se organizações ambientais tanto nacionais como internacionais, instituições e associações educativas, grupos religiosos, iniciativas para a paz, conselhos de governos locais, incluindo a Conferência de Prefeitos dos Estados Unidos e o Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais (ICLEI).  A Carta da Terra também recebeu o aval da Universidade para a Paz das Nações Unidas na Costa Rica, à qual a Secretaria Internacional encontra-se atualmente afiliada. 

 Acarta da Terra Brasil:


Fontes: http://www.reviverde.org.br/CARTAdaTERRA.pdf acessado em 17/05/2011 às 8:00h
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_419509.shtml acessado em 17/05/2011 às 7:45h 

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Leonardo Bandeira
Estudante do primeiro semestre de Engenharia Ambiental pelo instituto federal de Maracanaú, formado em Inglês e atual estudante de Francês pelo IMPARH. Criei o blog com o intuito de repassar informações sobre o meio ambiente de forma crítica e direta.
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